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Excluídas das Redes: Desafios Enfrentados por Meninas na Era da Tecnologia

Meninas são mais expostas a violência online, reduzindo sua participação nas redes; a criação de ambientes seguros e inclusivos é crucial para mitigar desigualdades na era da tecnologia

Escrito por Nathaly Shige

17:36 - 06 de Maio de 2024

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Foto: freepik.com

Em uma realidade cada vez mais digital, a presença de crianças e adolescentes nas redes sociais é praticamente inevitável. No entanto, para muitas meninas, a jornada virtual pode se transformar em uma experiência desafiadora e, por vezes, prejudicial. Vamos conhecer a história de Ana, uma adolescente que reflete, por meio de sua história, esse cenário desafiador.

Ana é uma estudante do ensino médio apaixonada por games e tecnologia que navega constantemente por plataformas online, além de compartilhar conteúdos sobre seus jogos favoritos nas redes. Apesar de seu amor pelo mundo digital, Ana passou a enfrentar cada vez mais discursos discriminatórios à medida que começou a ganhar mais popularidade. O bullying e a violência tornaram-se sombras constantes em sua experiência virtual.

De acordo com pesquisa realizada pelo Equidade.Info entre junho e julho de 2023, que contou com participação de escolas representativas do Ensino Básico nos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Pará, meninas enfrentam um índice maior de contato com violência online.

Dados recentes sobre o acesso e experiências online de estudantes do ensino médio revelam que meninas acessam plataformas e fóruns online (como Discord, Twitter, Reddit e Roblox) com menor frequência – apenas 57% delas, contra cerca de 80% dos meninos. 26% do público feminino afirmou não ter acessado nenhuma plataforma nos últimos meses, uma estatística inexistente entre o público masculino.

Apesar de serem uma parcela menor no acesso às redes, cerca de 53% se depararam com discursos discriminatórios ou violentos, frente a apenas 26% dos meninos. Ainda, meninas lidam com maior violência no seu círculo social: alarmantes 76% afirmaram conhecer colegas que vivenciaram algum tipo de violência online, indicando uma disseminação generalizada de comportamentos prejudiciais. Por fim, 30% das meninas admitiram terem sido alvo de bullying em comparação com apenas 18% dos meninos.

Os fatores que contribuem para esse cenário complexo são variados. Estereótipos de gênero e pressão social para adotar comportamentos tóxicos online, sobretudo durante a adolescência, podem criar um ambiente hostil para as meninas. O resultado é um impacto direto na participação e interação feminina online. O aumento da ansiedade, baixa autoestima e o desinteresse por atividades online são algumas das suas consequências. As meninas podem sentir-se excluídas e, em última instância, desestimuladas a participar plenamente do mundo digital.

Para contornar essa situação, é imperativo tomar medidas que promovam um ambiente online seguro e inclusivo. A educação sobre ética digital, a implementação de políticas de combate ao discurso de ódio e a promoção da empatia são estratégias cruciais. Além disso, é essencial criar comunidades online que incentivem a participação equitativa, independentemente do gênero.

Se os desafios enfrentados por Ana e tantas outras meninas fossem abordados de maneira eficaz, poderíamos imaginar um cenário em que a tecnologia se tornasse um espaço mais inclusivo e acolhedor. Ana poderia então explorar suas paixões sem temer a violência online, contribuindo para uma comunidade virtual mais saudável.

A proteção das meninas na era da tecnologia é uma responsabilidade compartilhada. Ao enfrentar os desafios, podemos criar um ambiente online onde todas as vozes são ouvidas, e a expressão individual é incentivada. É essencial transformar redes em espaços que promovam a resiliência e o crescimento, garantindo que o potencial de cada pessoa seja plenamente realizado, independentemente do gênero.

*Atenção: Todos os nomes e personagens retratados nesta produção são fictícios. Nenhuma identificação com pessoas reais (vivas ou falecidas) é intencional ou deve ser inferida.